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As fissuras labiopalatinas, conhecidas também como lábio leporino, são deformidades congênitas (já estão presentes desde o nascimento) que consistem em uma fenda no lábio superior e/ou no palato, podendo ser de um ou de ambos os lados, completa ou incompleta.
Em casos nos quais as fissuras atinjam tanto o lábio quanto o palato, segue-se a seguinte ordem cirúrgica:
Às 10 semanas de vida, realiza-se a cirurgia para o fechamento da fenda labial. Esse procedimento é denominado Queiloplastia e pode ser realizada em 1 (uma) ou 2 (duas) etapas cirúrgicas, dependendo do tipo (uni ou bilateral), da amplitude da fenda e da indicação médica;
Aos 6 meses de vida, realiza-se a cirurgia para o fechamento inicial do palato, com o procedimento denominado Palatoplastia. Duas técnicas são as mais utilizadas para esse tipo de cirurgia: a técnica de Furlow e a técnica de von Langenbeck. Ambas são bastante eficientes e sua utilização depende da abordagem e da indicação de cada profissional;
Quando há 2/3 da formação da raiz dos dentes 13 e 23 (ou entre os 7 e 9 anos de idade do paciente) realiza-se a cirurgia alveolar, com enxertia. Essa etapa permite que haja melhor formação óssea na região, assim como uma melhor erupção dentária e um futuro tratamento ortodôntico mais eficiente;
Após os 18 anos, realiza-se a Cirurgia Ortognática associada a possíveis cirurgias plásticas.
A fim de permitir uma melhor formação óssea na região da fissura palatina, faz-se um enxerto na região com a utilização de um fragmento de osso retirado do quadril (crista ilíaca) do próprio paciente. Essa retirada é realizada por um médico ortopedista, através de um acesso pequeno, com o menor descolamento possível dos tecidos, o que garante um desconforto menor no pós-operatório.
Mesmo com a realização de todos esses procedimentos cirúrgicos, a presença de fissuras labiopalatinas está, geralmente, associada a deficiência de maxila. Por isso, após realizados todos os protocolos citados, muitos dos pacientes fissurados têm indicação para a realização de Cirurgia Ortognática.
Para que o tratamento de um paciente com fissura labiopalatina seja o mais completo e adequado possível, é necessário que haja uma abordagem multidisciplinar. A equipe envolvida no processo deve conter: Pediatra, Cirurgião Bucomaxilofacial, Otorrinolaringologista, Cirurgião Plástico, Ortopedista, Ortodontista, Fonoaudiólogo e Fisioterapeuta.
O cirurgião Bucomaxilofacial é essencial em todo esse processo, tanto para orientar sobre todos os exames e procedimentos, quanto para realizá-los.
Ressaltamos que pacientes com fissuras labiopalatinas devem, necessariamente, ser acompanhados de perto por profissionais de fonoaudiologia e fisioterapia, para que funções habituais como falar, respirar e comer sejam ensinadas adequadamente.
Ademais, para garantir o melhor resultado estético possível ao paciente, recomenda-se o acompanhamento com um cirurgião plástico, o qual será responsável por realizar cirurgias nos tecidos moles do rosto e rinoplastias, caso haja necessidade.
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